Art_of_Alariko_1

imagem por @alariko

Existe uma regra prática no mercado imobiliário: o aluguel de um imóvel geralmente corresponde a 0,3% do seu valor total, podendo chegar a 0,5% em áreas mais valorizadas. Vamos usar essa informação como base para a análise.

Imagine um apartamento com aluguel de R$ 5.000. Usando a regra do 0,5%, podemos calcular que seu valor seria aproximadamente R$ 1 milhão.

Muitos consultores sugerem que você pode comprar um imóvel se conseguir pagar um financiamento equivalente ao valor do aluguel. Mas vamos fazer as contas:

  • Valor do imóvel: R$ 1 milhão
  • Parcela mensal: R$ 5.000
  • Resultado: 200 parcelas = 16,6 anos

Isso me parece problemático, porque:

  1. Pouquissimas pessoas ficam 16 anos no mesmo imóvel hoje em dia.
  2. Após esse período, o imóvel estará com quase 20 anos de uso. (e dada a adaptação urbanística de cidades como São Paulo, é bem provável que ele não valorize tanto assim)
  3. Mesmo com uma entrada de 20% (R$ 200 mil), ainda seriam necessários 13 anos de financiamento

E esse número de parcelas está diretamente relacionado à porcentagem do aluguel (0,5%):

  • 100% ÷ 0,5% = 200 parcelas (16,6 anos) Este cálculo se mantém independentemente do valor!

Dado isso, não faz tanto sentido assim alugar um imovel se você busca um “upgrade” em qualidade de vida (o que corresponderia a um aluguel maior que o atual).

A compra de um imóvel só realmente faz sentido financeiramente em algumas situações específicas:

Quando o aluguel representa uma parcela muito pequena da sua renda mensal, ou seja, apartamentos muito baratos ou pessoas muito ricas buscando renda passiva. Ou em operações de especulação imobiliária.

Logo a gente percebe que comprar um imóvel em grandes centros urbanos é só pra quem realmente tem muito dinheiro. O “sonho” da casa própria financiada é uma sacada emocional pra te vender uma furada.

Agora, cidades do interior e propriedades rurais já merecem outra análise, e, provavelmente fazem dão um melhor negócio.